Nova pesquisa sobre os hábitos de moradia dos brasileiros aponta que um setor em especial do mercado de imóveis pode se beneficiar com os resultados encontrados: o de studios e microapartamentos.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2021 revelaram que 14,9% dos domicílios no país são compostos por um único morador, um aumento comparativo (e significativo) de mais de 43% em relação à 2012.
São ao todo cerca de 10,8 milhões de pessoas que optam por não dividir os custos da casa, fator determinante na hora de escolher imóveis mais compactos, práticos e acessíveis. Segundo especialistas, o crescimento tem a ver com o próprio perfil dos residentes, que inclui solteiros, divorciados e viúvos.
“Quase 60% das mulheres que moram sozinhas têm 60 anos ou mais. Enquanto entre os homens, isso está mais bem distribuído. Mas o envelhecimento populacional pode contribuir com o aumento desses domicílios unipessoais”, diz o analista do IBGE, Gustavo Fontes.
São também os jovens outros grandes responsáveis pela popularidade dos studios, já que o interesse em viver nas áreas centrais da cidade, próximas de transportes, empregos, estudos e equipamentos de saúde e cultura é mencionado como um dos principais motivos.
Outro fator que precisa ser apontado é a transformação da arquitetura dos edifícios, adaptadas a um estilo de moradia mais versátil e eficiente, que preza por áreas comuns como lavanderia e salas com wi-fi para otimizar as tarefas diárias.
Não por acaso, levantamento do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) indicou que imóveis de 30 m² e 45 m² lideraram os lançamentos (72%) e as vendas (52%) na cidade de São Paulo no mês de agosto.
Além dos custos vantajosos, moradores estão entendendo que projetos sob medida e ambientes multifuncionais podem servir muito bem às necessidades que precisam: “As pessoas já passaram muito tempo em casa nos anos de pandemia, e viram como os espaços estão desatualizados”, explica Simone Villa, professora de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em entrevista ao UOL.