Arquitetura e Mercado

PIB da construção segue crescendo e reforça bom momento do setor

Reprodução: Shutterstock

O mercado demonstra sinais claros de que a construção está longe de frear seu ritmo de crescimento, diz a Câmara Brasileira da Indústria da Construção – Cbic. De acordo com estudos realizados pela entidade em parceria com o Senai Nacional, a projeção de crescimento do PIB para o setor subiu de 3,5% para 6% em 2022, um aumento significativo quando comparado à previsão anterior de 2%, ainda no início do ano.

Os números reforçam o sinal verde para os investidores, que desde 2021 têm visto os índices subirem a níveis históricos: este será o segundo ano consecutivo onde o crescimento do índice fica acima do da economia nacional, fato que não acontecia desde a virada de 2012/2013.

“Com a pandemia, as famílias ressignificaram o valor da casa própria”, comenta Ieda Vasconcelos, economista da CBIC. “Os lançamentos imobiliários e as vendas cresceram. Como o ciclo de produção é longo, ainda assistimos o incremento das atividades em função disso”, completa. 

O nível de atividade do setor no fim do 3º trimestre deste ano já é maior do que o registrado na pré-pandemia, em 2019. Os dados são positivos, mas demonstram que a construção ainda precisa avançar e crescer em 23,7% caso queira chegar ao seu pico de atividades, registrado no início de 2014.

O estudo ainda aponta que o aumento visto recentemente nos níveis de atividade se explica em grande parte pela construção de edifícios, que nos primeiros nove meses do ano 2022 liderou as obras construídas (com 52,5 pontos), seguido pelos serviços especializados para construção (50,2 pontos) e obras de infraestrutura (48,6 pontos).

Especialistas também apontam que, apesar do aumento das taxas de juros e da elevada carga tributária, a confiança no setor segue forte e há três meses consecutivos o Indicador de Confiança da Construção Civil –  Iceicon se mantém no patamar de 60%.

Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, o avanço de 6% na previsão do PIB é um grande indicativo da relevância da construção para o desenvolvimento sustentável do país: “Novamente os números confirmam nossas expectativas e impressionam pela consistência. Quando o Brasil nos dá condição, respondemos com geração de renda, estabilidade social, melhoria da qualidade de vida das pessoas”, comenta.