Arquitetura e Mercado

Como a bioeconomia pode ajudar o setor da construção a preservar o meio ambiente

Reprodução: Josh Olalde/Unsplash

A ideia de que uma exploração consciente dos recursos naturais pode seguir preservando e mantendo florestas de pé ganha força cada vez que novos setores da construção civil apostam na chamada bioeconomia para reduzir os impactos e as emissões de carbono gerados ao longo de sua cadeia produtiva. 

O modelo investe consideravelmente em pesquisas científicas e tecnológicas para encontrar meios de substituir processos insustentáveis e nocivos ao meio ambiente em favor de produtos renováveis e socialmente benéficos, capazes de gerar empregos, renda e, claro, lucro.

Com os avanços da biologia sintética, o grande patrimônio natural brasileiro vem conquistando sua parcela de participação sobre o mercado mundial, que movimenta 2 trilhões de Euros e gera cerca de 22 milhões de empregos, diz a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

São muitas as possibilidades que podem ser exploradas no campo da arquitetura, de materiais biodegradáveis a combustíveis limpos e produtos de base ecológica, como as tintas. Propostas para edifícios ou pavilhões vêm adotando algumas dessas possibilidades, a exemplo de países como a Sérvia e a Holanda, onde fibras de cânhamo e linho já são usadas para a vedação.

No apoio a projetos de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal, os chamados Redd+, o setor da construção civil também pode neutralizar as emissões de carbono produzidas nas obras e financiar iniciativas de agricultura sustentável, produção de bioinsumos ou usos renováveis da terra.

“A demanda brasileira de créditos de carbono deve representar 5% do mercado global, e a oferta cerca de 10%, com potencial para chegar a até 30%”, diz Plinio Ribeiro, CEO da Biofílica Ambipar, em entrevista para o jornal Valor Econômico.

O incentivo do setor também é importante para o financiamento de restaurações florestais: caso for cumprida a proposta de revitalizar 12 milhões de hectares incluídos no Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, o país pode ver surgir entre 1 e 2,5 milhões de novos empregos, afirma um estudo da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (Sobre).