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Retorno do trabalho presencial valoriza imóveis no centro financeiro paulistano

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Apesar de muito ter sido especulado sobre a popularidade do modelo remoto de trabalho, dados sobre a precificação de imóveis em São Paulo revelam que o home office está longe de ser uma solução unânime entre as empresas da capital, pelo menos para o mercado financeiro. 

Centro econômico mais importante do país, a Av. Faria Lima viu nos últimos meses o retorno presencial de muitas de suas companhias e funcionários. Como resultado, a demanda por espaço levou a preços exorbitantes no aluguel: de acordo com dados da empresa de consultoria JLL, lajes corporativas que custavam cerca de R$195/m² no ano passado agora são anunciadas por 250 reais, o valor mais alto da cidade.

O endereço, conhecido por abrigar grifes corporativas globais, empresas de tecnologia e bancos de investimentos, segue visado pelas companhias devido à sua localização estratégica e ao entorno bem servido de infraestruturas urbanas, em especial para transporte e serviços. 

As vantagens explicam, por exemplo, o alto valor da região quando comparada a outros endereços igualmente nobres da capital. Na Av. Paulista, por exemplo, os preços atingem a média de R$134/m², enquanto na também visada Berrini o valor cai para R$96/m².

Para Yara Matsuyama, diretora da consultoria do setor imobiliário JLL, nem mesmo o aumento dos preços deve afugentar os interessados em um aluguel na região, ainda mais se considerada a ausência de novos lançamentos no horizonte: “Dá para se esperar que a taxa de vacância (que mede o volume de áreas ainda livres) diminua mais”, afirma.
A valorização da avenida tem impactado diretamente os preços de outros tipos de imóveis na vizinhança, a exemplo do Itaim. O bairro, como bem aponta matéria do Estadão, apresenta atualmente o aluguel residencial mais caro da cidade, de em média R$ 70/m², e é a terceira região mais valorizada do país, atrás apenas do Leblon e de Ipanema, no Rio de Janeiro.