Arquitetura e Mercado

Lançamentos de alto padrão em áreas nobres de São Paulo têm valorização histórica

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Nem mesmo a alta dos juros e o aumento generalizado dos preços parecem ter freado consumidores na busca por novos imóveis, em especial os de médio e alto padrão. Números apresentados em setembro pela Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc) e pelo Instituto Fipe revelaram que as vendas do segmento mais que duplicaram entre janeiro e junho, um aumento de 103% quando comparado com o mesmo período em 2021.

“Os números confirmam a lógica do mercado de alto padrão, com elevação das vendas denotando o interesse crescente por esse tipo de produto, mesmo com a taxa Selic mais alta em relação ao ano passado”, afirmou o presidente da Abrainc, Luiz França, para o Valor Econômico.

Segundo o dirigente, entre os motivos para a valorização está a procura por endereços que possam oferecer maior qualidade de vida: “É um cliente que busca determinadas regiões nas cidades e está disposto a pagar por imóveis que são objetos de desejo”, completa.

A tendência já é sentida em regiões nobres de São Paulo, como Jardins, Itaim e Moema, que vivem uma alta histórica. Números levantados pelo jornal revelam que o valor médio do metro quadrado pulou de R$35 mil reais para R$45 mil nos últimos dois anos.

A escassez de terrenos, cada vez mais concorridos, também explica a mudança dos preços. Além de já serem relativamente densos e verticalizados, os bairros contam com restrições previstas no Plano Diretor de São Paulo, aprovado em 2014, que determina a concentração de construções mais altas ao longo dos eixos de transporte público da cidade – fração que representa apenas 5% das áreas totais de terreno de toda a capital.

Apesar de muitos acreditarem que a supervalorização dos imóveis de alto padrão iria se retrair após a pandemia, o Índice Geral do Mercado Imobiliário (IGMI-R/ABECIP) divulgado recentemente pela Abrainc registrou uma variação positiva de 1,32% em agosto no país, indicando um cenário favorável para a manutenção dos preços dos imóveis residenciais.