Arquitetura e Mercado

Especialistas apontam que não é hora de vender, mas de alugar imóveis

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O aumento significativo no preço dos aluguéis em São Paulo tem feito inúmeros proprietários repensarem o que fazer com seus imóveis. Segundo especialistas ouvidos pelo Valor Econômico, o momento é mais propício para alugar, e não para a venda das propriedades residenciais, já que o cenário para comercialização não anda muito favorável.

De acordo com o Índice FipeZap+, os preços de aluguel até o momento na capital  aumentaram em quase 13% em 2021, uma variação recorde que não era vista a quase dez anos, desde 2013. Entre os motivos para a valorização está a desistência, especialmente dos jovens, da compra de imóveis devido ao aumento da inflação e da taxa Selic, de 14% ao ano.

“Com a pandemia, houve uma pressão significativa sobre o preço dos aluguéis, algo que começa a se recuperar agora. Além disso, São Paulo tem uma safra de apartamentos para locação que surgiram a partir do Plano Diretor, o que, combinado ao aumento das taxas de juro, impulsionou a busca, principalmente de jovens, por imóveis para alugar antes de comprar”, explica Ely ­Wertheim, presidente executivo do ­Secovi-SP, para a revista Exame.

Apesar do crescimento do aluguel estar em desaceleração pelo 5º mês consecutivo em setembro do ano passado, vale ressaltar que o valor médio do metro quadrado da locação residencial deve ficar acima da média da inflação pelos próximos meses, dizem especialistas. A exemplo dos cálculos feitos, se for considerada a valorização do mês de agosto de 2022, o ganho total do locador alcança 11,23% – superior à renda da caderneta de poupança, que atualmente rende 6,17% ao ano.

Segundo o coordenador do FipeZap+, Alison Oliveira, é importante sempre observar as variações das taxas de juros para se fazer uma comparação adequada ao longo do tempo: “Em agosto, o FipeZap de aluguel está com alta de 15,3% em 12 meses contra 9,73% do IPCA e de 8,59% do IGP-M, então devemos ver por algum tempo o referencial de locações acima desses índices, com uma convergência mais para o ano que vem”, diz.