Especiais

Conheça Lina Ghotmeh, próxima arquiteta a projetar o Serpentine Pavillion

Reprodução: Divulgação/Serpentine Gallery

Nascida em Beirute e radicada na França, Lina Ghotmeh acaba de se tornar a mais nova arquiteta a projetar um pavilhão temporário para a galeria de arte Serpentine Gallery, em Londres. Nomes como Oscar Niemeyer, Álvaro Siza, Rem Koolhaas e Sou Fujimoto já participaram da tradicional honraria, que a cada ano ocupa os nobres jardins do Kensington Gardens com construções icônicas e reconhecidas por seu caráter experimental. 

Abertos anualmente desde o ano 2000, com projeto inaugural de Zaha Hadid, os pavilhões são pensados para abrigar encontros, café, cursos e debates exclusivamente durante a temporada do verão britânico e são sempre assinados por arquitetos e artistas que ainda não tiveram um edifício concluído no país.

Para o ano de 2023, Lina Ghotmeh segue à risca a proposta com o pavilhão “À Table”, que em francês significa “sentar juntos para comer”. Sua estrutura circular de madeira, marcada pela transparência dos revestimentos e pela cobertura formada por nove pétalas plissadas, preza pela sustentabilidade dos materiais e pela noção de comunidade, tendo como inspiração as construções vernaculares do povo Dogon, no Mali:

À Table é um convite a conviver no mesmo espaço e à volta da mesma mesa. É um encorajamento para entrar em diálogo, para convocar e pensar sobre como poderíamos restabelecer nossa relação com a natureza e com a Terra”, diz a arquiteta ao canal Archdaily.

Apesar de ser apontada como um novo rosto da comunidade arquitetônica, Ghotmeh já tem no currículo projetos de grande porte, como é o caso da nova sede das Oficinas Hermès. A ser instalado na França, o complexo será envolvido por grandes arcos panorâmicos ao longo das fachadas, de forma a abarcar a paisagem campestre ao redor e dialogar com seu terreno plano.

Outra elogiada contribuição é o edifício residencial Stone Garden, construído em sua cidade natal. Buscando incorporar a memória de conflitos e resiliências de Beirute, seu projeto preza por uma arquitetura sólida, com múltiplas aberturas que reverenciam as construções multifamiliares ao redor e com fachadas produzidas junto a artesãos locais a partir de uma combinação de terra, cimento e fibras.